Prevenção do Câncer na Mulher: nutrição clínica avançada em foco
O câncer na mulher é uma condição cada vez mais frequente nos atendimentos médicos e nutricionais, sendo que alguns tipos são mais prevalentes nesse público por conta da diferença hormonal e fisiológica, comparado aos homens. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), as mulheres são acometidas mais frequentemente pelos tumores de mama, cólon e reto, colo do útero e de ovários. Em 2020, a estimativa mostrou que 29,7% do público feminino foi diagnosticado com o câncer de mama.
Fisiopatologia do câncer na mulher: mama, ovário e útero
Como o câncer mais comum nas mulheres, o câncer de mama pode ocorrer devido a influência de fatores reprodutivos e hormonais. Um deles é a obesidade, uma vez que o excesso de tecido adiposo gera um aumento dos estrogênios circulantes, que são produzidos pela enzima aromatase, elevando o desenvolvimento de tumores na região mamária.
Já o câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, tem sua causa frequente associada à infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos). Essa infecção genital é frequente, contudo n a maioria das vezes não causa doença. Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o tumor.
E quanto ao câncer de ovário, pode-se afirmar que é o tipo aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que usam contraceptivos orais ou que já passaram por inúmeras gestações. A menarca precoce e a menopausa em idade tardia podem se associar, também, com desenvolvimento do tumor de ovári
Suporte nutricional na prevenção do câncer na mulher
Os estudos na ciência, corroborados com a prática clínica dos nutricionistas, afirma que o suporte nutricional é eficaz para auxiliar na prevenção e redução do risco de desenvolvimento de diferentes tumores. O perfil alimentar no dia a dia pode ser um fator protetivo ou prejudicial na oncogênese, tendo em vista que excesso de calorias, consumo alto de carnes processadas, baixo consumo de fibras e vitaminas, e desequilíbrio no peso corporal se tornam os principais atributos.
Alguns estudos recentes indicaram uma associação inversa entre a ingestão de frutas e vegetais e o risco de câncer de mama com receptor de estrogênio, destacando o papel das fibras nesse benefício. Outro composto em destaque na ciência é quanto as isoflavonas, principalmente da soja, que é associada a um menor risco para esse tipo de câncer também.
Tratamentos oncológicos e nutrição avançada
Além dos efeitos provocados pela doença, os tratamentos antineoplásicos, como quimioteraía e imunoterapia ou as cirurgias têm impacto significativo no estado nutricional dos pacientes. Ao longo da quimioterapia, mais de 50% dos pacientes apresentam sintomas e efeitos colaterais que impactam sua ingesta alimentar, como disgeusia, náuseas, vômitos e mucosite.
A intervenção nutricional em mulheres com câncer deve se relacionar, não apenas ao monitoramento do prognóstico da doença em si, mas principalmente na modulação das consequências sistêmicas ocasionadas pelos tratamentos, uma vez que eles interferem no equilíbrio homeostático, no estado nutricional e na qualidade de vida da paciente.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Nacional do Câncer – Inca. Estimativa de Câncer no Brasil. Disponível em: < https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer> Acesso em: 07 abri. 2022.
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Key, TJ, Bradbury, KE, Perez-Cornago, A., Sinha, R., Tsilidis, KK, & Tsugane, S. (2020). Dieta, nutrição e risco de câncer: o que sabemos e qual é o caminho a seguir?. BMJ (Clinical research ed.), 368 , m511.
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