MÓDULO 4-
ENDOCRINONUTRIÇÃO
Estratégias Eficientes no Sistema Endócrino
Relação da inflamação e cascata hormonal
A inflamação exacerbada aumenta o CRH, reduz hormônios sexuais e tireoidianos e, consequentemente, reduz a resposta anti-inflamatória. O cortisol depende da modulação inflamatória essencial, tanto quando o cortisol está alto, quanto baixo. Assim, antes de realizar a reposição hormonal, é importante fazer pelo menos 4 meses de modulação da inflamação essencial, podendo chegar até 1 ano.
Estresse e citocinas inflamatórias
↑ Hormônio liberador de corticotrofina (CRH)
↓ GnRH
↓ LH e FSH
↓ Massa óssea e muscular e ↑ Tecido adiposo, principalmente visceral
↓ Hormônios sexuais
Excesso de tecido adiposo
↑ Citocinas inflamatórias
↑ Resistência à insulina
↑ Resistência à leptina
Alteração do equilíbrio hormonal
↓ LH e FSH
↓ GnRH
Impactos da dieta hipocalórica restrita e jejum prolongado
Dieta hipocalórica restrita e jejum prolongado sem orientação
↓ Leptina, IGF-1 e T3 e ↑ Grelina e cortisol e FSH
↓ Liberação de GnRH
↓ LH e FSH
↓ Estradiol, Progesterona e Estradiol
Exames bioquímicos na inflamação – Uma visão integrativa
Exames e valores ideais
PCR = < 1
Leucócitos = < 6500 células/mm3
Relação Neutrófilos/Linfócitos = <2
VHS (Velocidade de Hemossedimentação) = <15 mm/h
Fibrinogênio = <300 mg/dL
Ferritina = <150 ng/mL
Ácido úrico = <5 mg/dL
Homocisteína = <8 umol/L
Inflamação, genética e saúde da mulher
Existem variações genéticas que fazem com que algumas mulheres produzam, de forma exacerbada, prostaglandinas E2, TNF-alfa, IL-6 -> aumenta o risco de desenvolver endometriose. Sinais são cólicas intensas desde a adolescência.
Mulher de fases:
Fase folicular -> uma dieta com maior consumo de carboidratos
Fase luteal -> low carb e/ou dieta cetogênica
Estratégias nutricionais para produção hormonal
Nutrientes essenciais para a produção hormonal – Vitamina B2, B3, B5 e D, ferro, cálcio, magnésio e zinco -> atuam nas células teca e granulosa.
Fitoquímicos com ação anti-inflamatória, que reduzem as citocinas pró-inflamatórias e, consequentemente, estimulam a produção hormonal – ácido gálico, curcumina, apigenina, epigalocatequina-galato, licopeno, quercetina, resveratrol.
Tribulus terrestris – coadjuvante (precisa estar associada a outros ativos), aumenta pulso de LH e aumenta atividade da enzima óxido nítrico sintase, estimulando a libido e a ereção.
Panax ginseng – aumento de LH e aumento de testosterona
Eurycoma longifolia – transcrição de enzimas esteroidogênicas e inibe aromatase, estimulando testosterona -> 100 a 600mg/dia, podendo ser fracionado no dia.
Geleia real – aumenta enzima envolvidas na síntese de testosterona -> 3g por 6 meses
Ashwagandha – aumenta testosterona e desejo sexual -> 300mg, 2x dia
Fitoprogestinas -> fontes vegetais que mimetizam a ação da progesterona -> narigenina, apigenina, luteonina e kaempferol -> colocar própolis, geleia real, extrato seco de citrus.
Fitoestrógenos -> mimetiza ação do estradiol -> isoflavonas, coumestanos e lignanas
Pilares para o manejo da inflamação essencial
Dieta anti-inflamatória padrão dieta mediterrânea + higiene do sono + suplementação personalizada + manejo do estresse + exercício físico
Proposta de estratégia alimentar
Formulação magistral
Tinturas
Tintura Própolis…………. 40%
Tintura Alcaçuz………….. 30%
Tintura Sucupira………… 30%
Frasco de 100 mL.
Posologia: usar 30 gotas ao acordar e ao deitar.
Tintura Gengibre…………. 25%
Tintura Cúrcuma…………. 25%
Tintura Uxi amarelo ……. 25%
Tintura Mil folhas ……….. 25%
Frasco de 100 mL.
Posologia: usar 30 gotas ao acordar e às 16h.
Formulações no controle da inflamação
Boswe (10% AKBA) ……………………….. 100 mg
Gengibre ( extrato à 15% gingeróis) … 200 mg
Curcuvail ………………………………………100 mg
Quercetina …………………………………… 200 mg
Posologia: Consumir uma dose, duas vezes ao dia.
Ômega 3……………… 2 a 4 g/dia
Optar por marcas com selo IFOS ou MEG3.
Posologia: Consumir de forma fracionada (após almoço e após jantar).
Formulações na Saúde Hormonal Masculina
Long jack (extrato seco 10:1)………………… 200mg
Extrato de Marapuama (1,5% taninos)…… 200mg
Testofen® (50% de fenosídeos)……………….100mg
Posologia: Consumir uma dose, duas vezes ao dia.
Zinco (quelado) ………………………. 20 mg
Piridoxal 5-fosfato ……………………. 30 mg
Riboflavina ………………………………. 10 mg
Niacinamida …………………………….. 50 mg
Pantotenato de cálcio ……………….. 50 mg
Cálcio (quelado) …………………………. 200 mg
Magnésio (quelado) ……………………. 200 mg
Boro (quelado) …………………………… 5 mg
Posologia: Consumir uma dose ao dia.
Formulações na Saúde Hormonal Feminina
Óleo de prímula (20% GLA)…….. 1g
Tocoferóis mistos ………………….. 300 mg
Vitamina D3 …………………………. 4000 UI
Fazer em cápsulas oleosas, veículo TCM.
Posologia: usar uma dose após o almoço.
Maca peruana (30% de saponinas)…….. 250mg
Vitex agnus castus (0,5% agnosídeos) .. 100mg
Angelica sinensis (1% ligostilide) ……….. 50mg
Yam Mexicano (6% diosgenina) ………….. 50mg
Fazer em cápsulas vegetais.
Posologia: usar uma dose de manhã e uma dose à noite.
Confira a entrevista com
o Dr. Luciano Bruno
MÓDULO 4-
ENDOCRINONUTRIÇÃO
Alterações hormonais em cada fase do emagrecimento
Estima-se que em 2035, 2 a cada 5 brasileiros irão conviver com a obesidade. Uma doença multifatorial e complexa, que vai muito além do armazenamento excessivo de gordura corporal e queda no gasto energético: envolve fatores genéticos, ambientais, comportamento alimentar, ingestão alimentar, aspectos psicológicos, imprinting metabólico e aspectos sócio-econômicos-culturais.
Taxa de recuperação de peso e set point
Taxa de recuperação do peso é de 10 a 35% do peso perdido -> genes ancestrais entendem a gordura como proteção e, dessa forma, o corpo tenta manter a gordura (memória genética).
Set point da obesidade: a pessoa acaba retornando ao peso antes do emagrecimento. Quando a pessoa engorda, há aumento do set point. Tem relação genética, mas há possibilidade de modular.
O processo de emagrecimento não é linear, é um processo, tem fases e cada fase tem estratégias específicas. O processo em si tem que ser cuidado.
Fase 1 – Fase de choque:
Qualquer estratégia pode tirar o corpo da homeostase. Há redução de T3 (hormônio mais ativo) na tentiva de evitar perder gordura corporal e metabolismo, o corpo tenta segurar a perda de peso. Modular tireoide e promover uma dieta limpa – principalmente com a retirada de disruptores endócrinos.
Fase 2 – Fase de adaptação:
Maior fase de alteração hormonal, principalmente de cortisol, melatonina e estrogênio. Pode haver, inclusive, redução de melatonina – fundamental modulação do sono. Adipócitos menores e leptina cai (porém, se cair muito, pode aumentar a fome). Gasto energético se adapta ao consumo, ou seja, reduz.
Estratégias chave: modular fome, estresse (cortisol – este alto estimula a lipogênese), sono e estimular a termogênese.
Modular fome – Modulação hipotalâmica:
Fome hedônica: regulado pela dopamina
Fome fisiológica: regulado pelo hipotálamo.
Dica para a prática clínica: incluir refeições líquidas (vitamina a tarde, sopa antes do jantar), whey protein, consumo de proteínas, leite fermentado, curry, amêndoas, quercetina, gingerol, folhas de batata doce, café, chá-verde, cúrcuma e resveratrol.
GIP também modula fome -> lipídeos, carboidratos , azeite de oliva e fibras.
Para modular fome hedônica:
Tratar microbiota intestinal, excluir xaropes de frutose, excluir junk foods, modular cortisol, modular insulina e aumentar termogênese.
Modular termogênese:
Fazer atividade física é essencial.
Fase 3 – Platô
Entrada no platô, que é uma estratégia de o corpo tentar evitar este estresse que é perder o peso. Momento de modificar a estratégia nutricional e aumentar a biogênese mitocondrial (polifenóis).
Fase 4 – Manutenção
Logo após a perda de peso -> aumentar proteína para ajudar na manutenção do peso. Em longo prazo -> aumentar fibras, redução de consumo de ultraprocessados, estimular exercício físico e manutenção de hábitos. Automonitoramento é a chave!
Cada fase do tratamento da obesidade deve ser individualidade. O que muda de pessoa para pessoa é a magnitude, mas todas irão passar por todas as fases.