As alergias alimentares podem ser classificadas pela fisiopatologia correspondente como:

– Condições mediadas pelo IgE;

– Não mediadas pelo IgE;

– Misturadas de IgE e condições não mediadas pelo IgE.

(ZHANG et al, 2021).

Alergias não mediadas pelo IgE são um grupo de distúrbios categorizados por sintomas crônicos ou subagudos que afetam principalmente o trato gastrointestinal, enquanto as mediadas pelo IgE são caracterizadas pelo rápido aparecimento de sintomas, como anafilaxia, logo após a ingestão do alimento desencadeante (ZHANG et al, 2021).

Entendendo a Síndrome da Enterocolite Induzida Por Proteína Alimentar

A síndrome da enterocolite induzida por proteína alimentar (FPIES) é uma hipersensibilidade não mediada pelo IgE que acomete todo o trato gastrointestinal e é comumente apresentada na infância com um fenótipo agudo ou crônico. Entretanto, o início em idades mais avançadas, incluindo adultos, tem sido relatado em estudos (ZHANG et al, 2021; BARTNIKAS et al, 2021).

O diagnóstico clínico da FPIES depende principalmente do histórico médico, das manifestações clínicas, do teste de provocação alimentar oral e do alívio sintomático após a evasão alimentar, porém é complexo devido à falta de familiaridade com a doença, em conjunto com sintomas que muitas vezes se assemelham com outras doenças, por exemplo, enterocolite necrosante (GUO et al, 2021).  

Manifestações clínicas da FPIES crônica e aguda

A FPIES aguda é caracterizada por vômitos repetitivos, profusos e prolongados que começam aproximadamente 2 horas após a ingestão do alimento culpado e podem incluir o início tardio de diarreia aquosa. Essa patologia pode levar à desidratação, palidez, letargia e/ou choque hipovolêmico (ZHANG et al, 2021).

Enquanto, a FPIES crônica é caracterizada por vômitos intermitentes, mas progressivos, e diarreia aquosa, levando à perda de peso, déficit de crescimento, letargia, desidratação e/ou distúrbios metabólicos (ZHANG et al, 2021).  

Manejo dietético na FPIES

 

O principal manejo nutricional adequado na FPIES envolve evitar os alimentos desencadeantes dessa patologia e fornecer um plano alimentar individualizado bem administrado e detalhado para ajudar a prevenir aversões alimentares, deficiências nutricionais e desnutrição nesses casos (GROETCH, 2021).

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REFERÊNCIAS

ZHANG, Shouling; et al. Pathophysiology of Non-IgE-Mediated Food Allergy. Immunotargets And Therapy, [S.L.], v. 10, p. 431-446, dez. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35004389/. Acesso em: 22 junho de 2022.

GUO, Yiyi; et al. Differentiation of food protein-induced enterocolitis syndrome and necrotizing enterocolitis in neonates by abdominal sonography. Jornal de Pediatria, [S.L.], v. 97, n. 2, p. 219-224, mar. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32277871/. Acesso em: 22 junho de 2022.

BARTNIKAS, L. M.; et al. The evolution of food protein–induced enterocolitis syndrome. Annals Of Allergy, Asthma & Immunology, [S.L.], v. 126, n. 5, p. 489-497, maio 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33444729/. Acesso em: 22 junho de 2022.

GROETCH, Marion; et al. The practical dietary management of food protein-induced enterocolitis syndrome. Annals Of Allergy, Asthma & Immunology, [S.L.], v. 127, n. 1, p. 28-35, jul. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33757808/. Acesso em: 22 junho de 2022.

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