MÓDULO 3 -
NUTRIÇÃO INTEGRATIVA

Angelina Zapponi e Rodrigo Venticinque –
Saúde Bucal Interferindo no Metabolismo Sistêmico

As nossas células estão programadas para a nossa sobrevivência -> prioridade metabólica. A queda da reserva metabólica intrínseca vai refletir em vários órgãos como pele, cabelos, unhas, e dentes. Precisamos rastrear na anamnese e na avaliação clínica o nível de reserva metabólica do paciente, como alterações bucais.

Os dentes e a saúde bucal como um todo, são ótimos marcadores da saúde como um todo, ou seja, da reserva metabólica -> História de má saúde bucal, pode estar associada a uma reserva metabólica baixa.
Cada dente está conectado com todas as células do organismo. A tabela de Voll mostra essa conexão entre cada tipo de dente e órgão.

Dica para a prática clínica -> inclua na sua anamnese se o paciente tem ou já teve periodontite, restaurações de amálgama de mercúrio e se já extraiu algum dente (e, caso a resposta for afirmativa, qual dente).

Relação entre a saúde bucal e a alopécia

Presença de uma infecção no dente -> acontece um processo de vasoconstrição, para evitar que as bactérias se dirijam para outros locais do corpo, como o cérebro -> impacta na chegada de oxigênio e nutrientes para outros órgãos, como o cabelo, gerando a falha de crescimento e a queda dos fios.

Extração de dentes, alterações de maxilar e saúde geral do paciente

As pessoas devem ter a mesma quantidade de dentes de ambos os lados, uma vez que a retirada de um lado e do outro não, pode gerar alterações na coluna e disautonomia do Sistema Nervoso Autônomo.

Alterações no maxilar podem impactar na postura do paciente.

Alterações bucais e eficiência mastigatória

Falta de dentes, restauração mais altas, dor de dente, prognatismo, retrognatismo, mordida aberta, assimetria da boca, sorriso gengival podem impactar na mastigação -> impacto em todo o restante do corpo, como por exemplo, influenciando na permeabilidade intestinal, gerando sobrecarga hepática (distúrbios de detoxificação e na ativação de hormônios).



Periodontites e saúde do paciente


As periodontites se relacionam com diferentes doenças crônicas. Ainda, vírus como Epstein Barr e citomegalovírus aparecem em diferentes tipos de periodontites.
Amálgamas de mercúrio x alterações neurológicas
Amálgamas têm bastante metais, gerando eletricidade na boca, o que pode gerar consequências ao cérebro devido à despolarização dos neurônios, aumentando risco de doenças neurológicas.

Confira a entrevista com
a Dra. Angelina Zapponi

MÓDULO 3 -
NUTRIÇÃO INTEGRATIVA

Pedro Bastos – Metainflamação: Uma visão 360° na nutrição integrativa

A inflamação é essencial para a saúde! O problema está quando não alcança o processo de resolução, gerando um processo inflamatório crônico, de baixo grau.

O que acontece quando a inflamação não alcança a resolução?

• Resistência à insulina -> um dos principais fatores desencadeantes da Síndrome Metabólica

Dica para a prática clínica!

Para avaliar a resistência à insulina, peça o Índice HOMA-IR -> insulina de jejum x glicemia de jejum / 405 -> valor de corte: maior ou igual a 2,7

• Aterosclerose -> um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares

Dica para a prática clínica!

Para avaliar o risco cardiovascular, você pode solicitar a proteína C reativa (PCR) ultrassensível: risco baixo a 1mg/L, 1 a 3mg/L risco moderado >3mg/L risco elevado, acima de 10 mg/L – inflamação de alto grau (indicar para um médico de forma a identificar o que pode estar acontecendo).

Atenção à deficiência nutricional relacionada com a inflamação!

Vitaminas A, B2, B6, C, D e E, zinco e ferro baixos -> levar em consideração a inflamação do paciente

Inflamação e COVID-19

Pacientes saudáveis tem resposta precoce e robusta do interferon tipo I e inflamação que ajuda a reduzir a carga viral, favorecendo a resolução da doença.

Pacientes com patologias caracterizadas com inflamação de baixo grau e crônica, tem resposta tardia do interferon I, impactando na redução da carga viral e com um pior prognóstico da doença -> isso pode ser explicado pela imunossenescência causada pela inflamação crônica de baixo grau.

Micronutrientes, inflamação e risco de mortalidade

Magnésio sérico -> valor ideal 2,07 a 2,32, pois se associa com menor risco de mortalidade

Selênio plasmático -> valor ideal 120 a 140ng/mL, se associa com menor risco de mortalidade

Soluções para o manejo da inflamação:

• Para cada 1kg de peso perdido, há redução de 0,13mg/L da PCR.
• Exercício físico aeróbico favorece a redução de gordura visceral e, consequentemente, da resistência à insulina.
• Estresse: a aplicação de mindfulness se associa com redução de PCR
• Manejo do sono: estimular o paciente a dormir e acordar sempre na mesma hora, reduzir a temperatura central antes de dormir, reduzir a exposição do pôr do sol, reduzir exposição a eletrôncios, luz intensa pela manhã, quem cochila a tarde, cafeína de 6 a 12h antes de dormir, jantar cedo. Avaliar a necessidade de ajuste do consumo de ferro, folato, vitaminas do complexo B (B12, B1, B2, B3, B6, B5), magnésio e zinco -> para conversão para melatonina
• Zinco, selênio, magnésio, vitaminas C e E reduzem PCR.
• Ômega-3 – EPA+DHA -> estimulam a produção de resolvina, PD1 e MAR1 -> resolução da inflamação -> >2g/dia pa
• Estimular a redução de NF-kB a partir de fitoquímicos como resveratrol, tirosol, quercetina, sulforafanos, ácido elágico, gingerol curcumina, catequinas, licopeno.

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