CLINIC -
FERTILIDADE INTEGRATIVA
Dra. Bettina Moritz
Insights do caso clínico para a sua prática clínica
Algumas características de mulheres com Síndrome do Ovário Policístico: relação LH e FSH aumentada, além de anti-mulleriano mais elevado, pelo fato da presença de muitos cistos no ovário.
Possíveis causas para anovulação crônica: hiperprolactinemia, hiper/hipotireoidismo (sem tratamento adequado), hiperplasia adrenal congênita, amenorreia hipotalâmica (principalmente devido à déficit calórico intenso).
O baixo consumo calórico pode prejudicar a aromatase, principalmente por uma redução da gordura corporal, afetando hormônios sexuais. Além disso, a deficiência energética pode promover uma redução do GnRH, causando hipoandrogenismo.
A presença de vaginose ou de qualquer outro tipo de infecção vaginal pode impactar na fertilidade, pois pode prejudicar a implantação. Importante lembrar que cerca de 39% da população tem ureaplasma e micoplasma (sintomas se assemelha com candidíase) -> casal tem que ser tratado em conjunto.
Paciente com trombofilia tem dificuldades no início da gestação e em sua manutenção.
Testosterona acima de 50 pode gerar alguma sintomatologia hiperandrogenismo.
Importante solicitar nos exames de sangue e/ou urinários os metais pesados mais presentes na região.
Avaliar arsênico na urina, devido à sua meia vida curta. Este metal pesado apresenta tropismo por tireoide e ovário, impactando na fertilidade. Alumínio e mercúrio dosar no sangue.
Alumínio é encontrado na água e em muitos utensílios domésticos (estes impactam muito mais do que o desodorante).
Parasitológico de fezes -> solicitar no mínimo 3 amostras. Normalmente giárdia e ameba se incistam, o que pode impactar no achado da amostra.
Vitamina D deve estar e entre 50 e 70 ng/mL, pois ajuda na concepção.
PTH alto se relaciona com deficiência de cálcio.
Melatonina pode ser dosada, porém sempre à noite é o melhor horário.
Importante incluir prolactina na solicitação, pensando na anovulação e na fertilidade.
Ferritina deve estar acima de 50.
Endométrio no mínimo 5,5mm, ideal entre 8 a 12mm no meio do ciclo.
Manejo nutricional na fertilidade:
Cálcio: ajuste de deficiência é fundamental, já que ele é necessário para o crescimento do folículo e para a ativação da CAMKII que atua na maturação do folículo. Para aumentar o consumo, podem ser incluídos no plano alimentar derivados de leite, como iogurte e kefir, sendo este último mais interessante, principalmente pelo número diverso de cepas em sua composição.
Café: 200ml de café em tratamento para fertilidade é permitido. Preferir o tipo arábica porque tem menor quantidade de cafeína. Se possível, preferir o orgânico.
Mioinositol: regula ciclo menstrual, diminui hiperandrogenismo e melhora receptividade dos hormônios (1 a 4g/dia, de 12 a 24 semanas).
Chá de barbatimão: reduz bactérias endometriais, auxiliando no manejo de endometrite, a qual pode impactar na implantação do embrião.
Chá de hibisco: evitar, pois pode reduzir os níveis de estrogênio (reduz).
Nitrato natural de alimentos como beterraba e espinafre: promove melhora da perfusão tecidual, inclusive do endométrio.
Alho: também favorece a perfusão tecidual.
Alimentos ricos em enxofre: aumenta a glutationa, melhorando a capacidade antioxidante.
Bálsamo branco: contribui para a melhora da gastrite. Pode utilizar 10 folhas batidas com maçã, limão e gengibre.
Ômega-3: mulheres que suplementam tem 2,2 mais chances de engravidar do que aquelas que não utilizam. Reduz PGF2, o qual pode impactar na redução de progesterona.
Lactobacillus cripastus: ajuda na redução da cândida e das bactérias vaginais.
Zinco: participa na fase final da maturação do folículo, embriogênese e na implantação do embrião.
L-carnitina: melhora SOP, taxa de ovulação, taxa de fecundação. É antioxidante, melhora a qualidade do oócito (3g/dia).
N-acetilcisteína: melhora taxa de ovulação e gestação. É quelante de alumínio.
Geleia real: estimula o crescimento de folículos.